O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu nesta terça-feira (29) um parecer recomendando a manutenção do veto à concessão de licença para a prospecção de petróleo na margem equatorial do Amapá pela Petrobrás.
Apesar de reconhecer avanços no plano, o Ibama ressaltou a necessidade de ajustes para conformidade total com o Manual de Boas Práticas de Manejo de Fauna Atingida por Óleo, incluindo a presença de veterinários a bordo das embarcações e helicópteros suficientes para emergências.
Segundo a Diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, sem a produção de petróleo na margem equatorial o Brasil pode voltar a importar petróleo em dez anos. “O tempo está sendo muito crítico, em cinco, seis anos tem uma caída da produção do pré-sal e, com isso, a gente pode voltar a ser importador de petróleo em 2034, 2035, se a gente não tiver descobertas”, afirmou.
Sylvia Anjos defende que a Petrobras cumpriu as exigências do Ibama para a concessão da licença de exploração. Além disso, ela chamou de “fake news científica” a pesquisa realizada pelo Greenpeace, que aponta a existência de corais na região. Também ressaltou que apesar do nome Bacia Foz do Amazonas, os poços ficam a 540 quilômetros da foz.
Empresas norte-americanas e europeias exploram a Margem Equatorial na Guiana. O país conta com uma reserva de 11 bilhões de barris de petróleo. Entre 2019 e 2023, o PIB da Guiana saltou de US$ 5,17 bilhões para 16,79 bilhões. Há quem chame a Guiana de “a nova Dubai”.
Enquanto isso, o presidente do Ibama defende que o petróleo é coisa do passado. No mesmo período,a Inglaterra anunciou a concessão de reservas de poços no mar do norte e a Shell a redução dos investimentos em energias verdes e a aposta no investimento dos combustíveis fósseis.
A expectativa é a concessão da licença ainda em 2024, todavia, ainda que seja concedida, a Petrobras prevê não iniciar a exploração até o fim do ano e ressalta que a moratória para a obtenção da licença gera prejuízos operacionais pelo atraso na prospecção do petróleo e gastos com operações não realizadas.
Redação
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