O Brasil enfrenta uma das piores estiagens dos últimos 40 anos, afetando severamente 16 estados e o Distrito Federal. O governo federal, em resposta à situação crítica, intensificou os esforços para enfrentar os desastre que vêm devastando regiões como a Amazônia e o Pantanal.
É lógico considerar que a multiplicação de incêndios é um desafio previsível sob tais condições. O próprio governo federal vem lidando com a situação como um problema real e antecipável. Na guerra de narrativas sobre os incêndios, porém, a militância empedernida do governismo decidiu esquecer as condições climáticas da época e apostam em narrativas polarizadoras que culpam as queimadas em algum tipo de conspiração do agro e da oposição, em um jogo de fumaça e espelhos.
O governo fala dos desafios da estiagem desde o início do ano, entretanto, e as condições da estiagem são até mesmo utilizadas como referências para uma política climática mais radical, dirigida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Abundam exemplos de políticas do governo que mostram que a questão dos incêndios acompanha a problemática da estiagem, que não recebe a atenção devida nos grandes meios de comunicação.
Em junho, uma comissão interministerial coordenada pela Casa Civil e composta por 19 ministérios foi instalada para gerenciar riscos e implementar ações de resposta aos desastres, com a criação de uma sala de situação para monitoramento constante.
A estiagem severa resultou no reconhecimento federal de emergência em diversas localidades, incluindo municípios em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo, refletindo o impacto amplo e variado da seca em diferentes partes do país. No Amazonas, a situação é particularmente grave: o governo estadual decretou emergência em todos os 62 municípios; o nível do Rio Negro registrou uma queda alarmante de 5,32 metros em agosto, 73% maior do que no ano passado.
O reconhecimento oficial da situação de emergência permite que as cidades solicitem recursos através do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD). Para apoiar essas ações, o MIDR liberou R$ 11,7 milhões para planos de trabalho voltados à defesa civil na Amazônia, além de outros R$ 13,4 milhões para o estado do Mato Grosso do Sul.
A seca prolongada não apenas prejudica o meio ambiente, mas também afeta diretamente a economia local. A diminuição do nível dos rios, como o Rio Amazonas, já compromete a navegação, o que pode resultar em aumento nos preços de produtos devido à dificuldade de transporte. Em resposta, o governo do Amazonas investiu mais de R$ 15,8 milhões na compra de alimentos de agricultores familiares, visando sustentar a população local em meio à crise. No estado de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas fez acelerar medidas para combater o desabastecimento de água.
Editorial
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Foto: Anderson Cardoso
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